Mais
de 30 organizações populares, sindicatos, movimentos sociais, entidades estudantis,
de juventude, mandatos parlamentares e partidos políticos realizaram, na manhã
desta terça-feira (14), uma Plenária Estadual do Plebiscito Popular por uma
Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. A atividade aconteceu no
auditório da Escola do Legislativo.
A
Plenária teve início com um debate sobre o sistema político brasileiro atual e
a necessidade de uma ampla reforma política.
O
integrante do MST Sergipe, Fábio Andrey, apresentou dados que revelam como a
baixa representatividade de segmentos da população é uma deficiência do sistema
político que precisa ser contornada. “Dos 594 parlamentares eleitos em 2010,
273 são empresários, 160 compõem a bancada ruralista e 66 são da bancada
evangélica. Por isso, os temas de interesse dos trabalhadores têm muita
dificuldade em avançar no Congresso”, acredita.
De
acordo com Fábio, outra pauta imediata num novo sistema político é o fim do
financiamento de campanha por grandes empresas. Segundo os dados, a
participação empresarial nas campanhas só aumenta. Em 2008, as empresas doaram
86% dos recursos totais das campanhas eleitorais no Brasil. Em 2010 e 2012,
elas foram responsáveis por 91% e 95%, respectivamente. “Assim, se beneficiam
os representantes das grandes empresas nacionais e internacionais, interferindo
diretamente nas votações que ocorrem tanto na Câmara quanto no Senado. É
urgente barrarmos o financiamento de empresas para garantirmos igualdade nas
disputas eleitorais”, defende.
A
representante do Sindicato dos Bancários, Ivânia Pereira, chamou a atenção para
a importância de envolvimento dos partidos políticos na construção do
Plebiscito. “Temos que ir até os partidos, fazê-los ouvir as nossas propostas e
saber também o que cada partido pensa da reforma política”, afirmou.
Já
a presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe,
Jessy Daiane, entende que “é tarefa fazer desse Plebiscito um processo
pedagógico, de formação política e compreensão da sociedade sobre os reais
problemas do sistema político e sobre a importância da organização popular para
a superação desses problemas”.
Nesse
sentido, o dirigente do Partido dos Trabalhadores, Tadeu Brito, destacou a
importância da mobilização popular para o êxito do Plebiscito. Para ele, “essa
pauta unifica diversos setores que atuam nas mais distintas áreas. Por isso,
temos que investir na participação social, indo aos bairros, às feiras, fazendo
atividades nas escolas”.
Ao
final do debate, a Plenária aprovou duas atividades de organização do
Plebiscito em Sergipe: o Lançamento Estadual, no dia 31 de janeiro, às 14, no
auditório do IFS; e um Curso de Formação de Formadores, nos dias 1 e 2 de
fevereiro, na FETASE.
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